quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Vergonha, isso sim!

Como bom corno internético, sou um dos últimos a saber sobre o lance do Orgulho Hétero, e não posso tratar o assunto (pelo menos a princípio) com seriedade!

Já comentei com pessoas próximas que acho uma grande perda de tempo e energia essas marchas e manifestações idiotas incitadas pela internet, sobre qualquer assunto que causou rebuliço nas redes sociais... Que fique claro que não to falando de dia do Orgulho Gay, por exemplo, que já entendo hoje se tratar de um manifesto válido... e que fique igualmente claro que falo daquela marcha contra o Bolsonaro, por exemplo!

Mas voltando ao tema... Dia do Orgulho Hétero! hahAHAHahahahhAhahahahaHA!!

Nego não tem mais MESMO o que fazer? Ou sei lá, as palavras tem cada vez menos significado simbólico?! Digo porque "orgulho" pra mim, exceto quando dizemos qualquer coisa da boca pra fora, ainda é uma palavra forte...

Não apenas isso: orgulho, pra mim, ainda está associado a algum grande feito - pessoal ou social -, alguma história a qual me sinto parte, sei lá... Me sinto meio patético, ou esvaziando o significado da palavra "orgulho" ao dizer que tenho orgulho do meu dedão direito, simplesmente por ter nascido com ele. Ou do meu joelho ossudo. Quiçá de ser filho único. Não vejo orgulho nisso...
Teria orgulho do meu dedão direito, se através dele eu fizesse mil gols, ficasse famoso, tivesse grana e criasse um programa ligado a esporte e educação para crianças fudidas.
Teria orgulho do meu joelho ossudo se com ele eu tivesse quebrado um aquário com uma criança se afogando dentro, salvando sua vida.
Poderia até ter um orgulho meio bobo, se ouvisse dos meus pais que sou filho único porque fui um filho tão bom, que decidiram não ter outro, porque não poderia ser melhor que eu. Por mais ridículo, haveria algum mérito nisso...!

Mas voltando a clareza, e abstenção de situações fantasiosas pra efeito de ilustração, pergunto: que orgulho há em ser heterossexual? E quer saber, que orgulho há em ser homossexual?

Não quero discutir se isso é uma propensão genética, influência do meio, escolha pessoal, muito menos discutir sexualidade, certo ou errado, nem nada... a questão é quase linguística! E claramente pessoal, já que não to me valendo de nenhum dicionário... Mas foda-se, nos meus valores, orgulho não tem nada a ver com ser alguma coisa... ser branco, negro, amarelo, gay, hétero, etc, etc, etc... tem a ver sim com o que fazemos... tenhamos orgulho de ser inteligentes, produtivos, enfim...

Fica então uma idéia pros dois lados...

Gays (GLS, GLBT, GLSJHRLSKDL, ou o que for): Lutem pelos seus direitos, manifestem-se contra abusos, essa coisa toda, mas escolham outra expressão. Não me orgulharia de ser gay pelo simples fato de sê-lo.

Héteros: Vão catar uma buceta...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Almanaque de Férias

Queridos amigos,

Inspirado na iniciativa de um amigo chamado Bruno Prudente, pensei em escrever um livreto estilo "distribuição gratuita" afim de entregar para amigos e conhecidos.

O título do livreto seria " Almanaque de férias" e a idéia seria produzir algumas reflexões e leituras propícias para serem feitas nesse momento especial que temos um pouco mais de tempo livre.

Porém, tomado por uma onda de pessimismo abandonei a idéia...

Não sei ao certo o que aconteceu, mas alucinei que deveria distribuir folhas em branco pois cheguei a conclusão que só assim alguma reflexão legítima poderia ser "escrita".

Mas a verdade é que sou insignificante demais para ser capaz de distribuir o Silêncio. Perdoe-me quem em algum momento já teve alguma esperança em minhas palavras. Por vocês não posso fazer mais que uma folha em branco.

Leonardo Oliveira

quinta-feira, 30 de junho de 2011

1 Tubarão Leitoa e 5 Pombos


Postado isso, segue a "discussão" no facebook dum amigo:


Cara, o que você ganha com isso? Eu também não sou católico, aliás, estou muito longe disso. Você se sente superior cutucando quem tem uma crença diferente da sua (isso inclui a minha irmã e a minha mãe)? Você sabe muito bem que quem acredita e segue qualquer tipo de religião, fica, no mínimo, encomodado com comentário como esses. Se um católico acredita na comunhão, um Judeu no sabá, um mussulmano no sacrifício ou um espírita na reincarnação, o problema é deles e você não tem nada que ver com isso. Pelo menos, respeite...


Bruno Lasas Meu padinho tinha um ditado militar e ele sempre me dizia: "Bruno, se você vai fazer algo que não lhe acrescenta nada, não faça, pois a única perda de tempo é aquilo que não lhe tira do lugar." A filosofia, apesar de complexa, é bem simples. Se você tomar isso para a sua vida, você vai ver como as coisas ficam bem mais fáceis.

Bruno, vamos por partes
Antes de mais nada, pro bem do argumento, existe algo chamado liberdade de expressão. Legal, mas nem todo mundo pode falar o que quer a seu bel prazer. Nisso concordamos. Apesar disso, todos nós ouvimos desde pequenos coisas como "Se voce nao acredita em Deus, voce vai pro inferno e sofrer eternamente". Isso pra citar a mais leve e excluindo os detalhes sórdidos sobre todo tipo de mal que pode-se sofrer se for " contra" Deus. Pergunte a um cristão o que te aguarda quando voce morrer (pegue um crente sem papas na lingua) e voce terá dimensão da desgraça que o cristianismo promete a todos aqueles que discordam de sua doutrina. Mesmo assim, a pessoas não veem isso como uma agressão, de tanto que os dogmas religiosos estão incrustrados na sociedade, hoje é mais do que normal condenar um descrente ao inferno.(nao preciso nem acreditar no inferno pra saber que eles nao me desejam o bem) Agora me diz, eu tenho o direito de ficar ofendido quando o imbecil do Datena diz em rede nacional : “É só perguntar para esses bandidos que cometem essas barbaridades pra ver que eles não acreditam em Deus.” ???


Acho que tenho. O fato, é que existe um excesso de respeito pela religião, de forma que tudo o que dela provém é justificavel. Leia isso: "Num exemplo típico, em 2004 James Nixon, um menino de doze anos de Ohio, ganhou na Justiça o direito de usar uma camiseta na escola com as palavras “Homossexualidade é pecado, islã é mentira, aborto é assassinato. Certas questões são preto no branco!”. A escola disse a ele que não usasse a camiseta — e os pais do menino processaram a escola. Os pais talvez tivessem um caso aceitável se houvessem se baseado na garantia de liberdade de expressão da Primeira Emenda. Mas eles não tinham. Em vez disso, os advogados de Nixon argumentaram com o direito constitucional à liberdade de religião. A ação vitoriosa recebeu o apoio do Alliance Defense Fund do Arizona, cuja missão é “pressionar por batalhas legais pela liberdade de religião”.


Liberdade de expressão tem limites, mas basta trocar o nome para "liberdade religiosa" e QUALQUER coisa se torna possível. Agora voce imagine uma sociedade onde as leis são baseadas na sua fé, ou seja, uma sociedade nao laica, onde o seu guia espiritual é também o seu xerife, pegue qualquer uma, basicamente as de cultura mulçulmana, e...bom nao preciso enumerar o numero de atrocidades cometidas diariamente em nome de Deus. Mesmo assim ngm reivindica. A fé tem mais força que a razão...infelizmente. Então Bruno, eu nao tenho que me preocupar se ALGUEM vai ficar ofendido. Seja lá quem for. Se o assunto fosse política, um assunto que tem muito mais relevancia em termos praticos, ninguém tomava pelo lado pessoal. A Religião corrompe tudo.


Agora quanto a alegação de que eu nao ganho nada com isso: Voce diria o mesmo a um pregador? um pastor? O que será que eles estão ganhando por divulgar suas idéias que eu não estou ganhando por divulgar as minhas? Bom, dinheiro com certeza... Mas fora isso. Sabendo que para os apologistas católicos (e de qualquer outra religião) suas crenças servem como guia para suas açoes, nós como membros da sociedade temos que nos posicionar quanto a isso, pelo menos para alertar os riscos de se ter algo irracional (leia-se fé) como um guia para sua vida. Eu espero sempre o melhor para as pessoas, e acredito estar fazendo isso quando exponho um texto desse.


Eu não preciso concordar com um religioso para ama-lo e respeita-lo. Algumas coisas mais do que tudo, são fatores socio-culturais. Aliás, se fosse o contrario eu nao gostaria nem amaria ninguém, nao comemoraria o Natal, e só pra nao ser hipócrita nao aceitaria nenhum chocolate na Páscoa. Porque eu (ainda) nao conheço, pessoalmente, 1 ser humano sequer queconcorde com tudo o que eu disse. Alguns até gostaram do texto, simpatizam com a ideia, mas não vão muito além disso. Não leve o debate sobre religião para o campo pessoal. Já sofremos demais com as injurias provocadas por aqueles que assim fizeram. Não peço que leia todos os livros que eu li, mas tome uma posição mais direta, porque temos a ver com isso sim. Debater um assunto desses nao é perda de tempo e não é "não sair do lugar".


Rodrigo Pereira Vai ganhar um abraço por isso, cara!

Rodrigo Pereira Posso botar isso num blog tosco em fase de provação?!

Tudo isso é relevante para o debate... mas se voce analizar, verá que o texto NEM tem a intenção de ofender, e sim de ironizar (a despeito da interpretação de cada um, o que nao me interessa). Até mesmo a parte do Jewish Zombie (quem entendeu, entendeu). Outra prova é a conclusão a que o texto propoe: de que o cristianismo, simplesmente, NAO FAZ SENTIDO. Se eu ficasse ofendido toda vez que alguem me chamasse de nonsense, então seria melhor eu nao me arriscar a falar mais nada.


Caio Estrella Rodrigo Pereira, claro que pode. Me tras um tubarão leitoa, 5 pombos, e tá tudo certo...


Achei nada menos que justo... to devendo um tubarão leitoa e 5 pombos...!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Boa Noite

- ...
- ...
... ... ...
- Vai dormir?
- Vou tentar...
... ... ...
- O que você quer?
- ... pergunta ampla, não? ... eu quero paz. Paz e tranquilidade. Acho que, no fundo, é o que todo mundo quer... mas acho que isso não é possível estando vivo... poderia dizer que quero a morte, então... mas também não pretendo parar de viver agora, então acho que quero chegar o mais perto possível, só...
- E como conseguir isso? Me sinto tão perdida...
- Não sei. Se soubesse, também não me perdia. Também me sinto perdido. Se soubesse pra onde ir, era só seguir, e todo mundo ia seguir também. Mas não tem mapa, ninguém sabe. Se souber, tá escondendo do resto do mundo...
- ...
- ... na verdade, acho que não existe caminho certo... a gente faz o caminho... eu to fazendo meu caminho... as vezes a gente pensa que erra, mas não tem caminho certo... só tem como saber quando chegar a algum lugar...
- Mas é muito difícil! Não saber nada, estar sempre perdido. Tenho medo...
- Medo... não se pode ter medo. O medo anda junto a insegurança. Quando a gente tem medo, reage. Reagir é quase inevitável, diante de tudo que a gente passa, e principalmente do medo. Mas sem medo, a gente age muito mais que reage...
- ...
- e é agindo que a gente constrói o caminho... não certo ou errado, mas nosso próprio caminho. Eu tento agir sempre, para ter certeza que estou no meu caminho, por mais perdido que esteja, mas pelo menos com segurança. Quem só reage, não faz seu próprio caminho. Pode até conseguir grandes feitos a vista alheia, mas nunca vai chegar nem perto do que quer realmente.
- E o que a gente realmente quer, se não é paz, como você disse?
- Disse, e continuo dizendo: a gente quer paz, e isso só vem com a morte. Quem não quer morrer, não sabe o que quer. Eu por exemplo não sei o que quero, porque quero paz, mas não quero morrer ainda. Então vou seguindo meu caminho, agindo conforme acho que devo, e, por perseverança, insistência, burrice, instinto, ou seja lá como queira chamar, vou fazendo meu caminho... É isso que eu quero...
... ... ...
... e você, o que você quer?
- Não sei... tenho medo...
... ... ...
- Boa noite...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

S.O.S Psi (devaneios em meio a um cavaquear)



Esta é a primeira de muitas e diversas palavras - ora desfragmentadas de um contexto vivido em rodas de conversa boêmias ora imersas em delirosas reflexões conjuntas, ou solitárias, sobre um dado retrato de um dos fluxos de nossos movimentos- que não tem uma finalidade primeira ou última que perpasse para além de um prazer íntimo de estar e ser no mundo, de gerar pontos limites e instantes de crise numa lógica endurecida por normas e convenção contraditórias ou avessas a uma livre produção, um potencial gerador de afecções.

S.O.S. Psi (devaneios em meio a um cavaquear) é um conjunto de vários palavras, múltiplos sentidos e diversas ramificações, num segundo momento em que li o título tive a idéia de significar a sigla como sendo Ser Ou não Ser Psi, indo em direção a uma concepção a cerca das diversas formas de pré conceito que afasta as numerosas linhas teóricas utilizadas na Psicologia, seus ramos, raízes e fontes nutricionais. Acredito que tal rumo ainda será encontrado ao longo do dialogo (de minhas idéias e suas percepções destas), mas não como uma trilha e sim como pista entregues a curiosas mentes que gostam de um divertido jogo de quebra cabeça, pistas que podem ser tomadas tal qual tomamos partes de um cenário ao longo de uma caminhada.

Este conversar singelamente a respeito de delírios provenientes de um inquietamento acadêmico, bons amigos e um desejo criativo, colocará em voga um questionamento, haverá em nosso campo um processo de Segmentação Ou Sedimentação Psi?

Comecemos então pelo início, e utilizemos a figura neste texto como uma imagem que instigará algo de minhas palavras para vocês, quando falo de uma Segmentação Psi estou tentando dar conta de um movimento vívido que todos que estão imersos num campo de atuação psicológico já devem ter percebidos, falo eu de um processo de cortes, recortes, divisões e secções do grande campo da ciências dos limites chamada Psicologia (digo dos limites pois ela é perpassada pelos mais diversos limites das áreas mais variadas das produções humanas, antropologia, sociologia, biologia, filosofia, história, matemática, administração, comunicação, entre outros).

Tal processo não é para mim algo estranho quando percebido por uma lógica do campo de nossas atuações práticas e teóricas, campo este limitado pelos nossos desejos, afetos e raciocínios lógicos, econômicos e reais que nos alertam de que dar conta de tudo é um pouco demais, para um cérebro de 80 e poucos milhões de neurônios que mal são usados em um potencial superior de 15% de sua capacidade, né Suzana "mi querida" Suzana. Traduzindo em miúdos, é extremamente difícil dar conta de estudar múltiplas facetas de um mesmo objeto e ser capaz da humildade de trabalhar cada faceta a seu momento e com a melhor ferramenta conquista e montada a base de milhares de páginas lidas e inúmeras vidas passadas e declinadas em uma mesa dando-nos escritas de valor e conhecimentos imensuráveis.

Como poderíamos interpretar, perceber e elaborar Escher em sua totalidade, quando sua própria totalidade é constituídas das mais diversas perspectivas de um mesmo objeto? Não seria o mesmo na psicologia? Como poderíamos não segmenta-la para podermos de melhor forma atuar em cada face com o melhor dispositivo por nós conquistado?

O que contesto aqui é a dolorosa realidade que cerca os processos de segmentação, a realidade dos engessamentos e do triste distanciamento/ ilhamento que cerca cada parte segmentada. O que faz o segmento da TCC ser caracterizada de uma forma B em relação a Psicanálise como A e a Gestalt-terapia como C, onde cada letra carrega um conjunto de valores e preceitos que as colocam numa relação de mais ou menos valia em relação a próxima. Quero lembrar que tal fato não é algo que ocorrer devido a uma natureza íntima de cada linha teórica mas que ela esta ligada às pessoas que dela se servem e que nelas incutem valores. Ora já que este ato é feito por certas pessoas então outras pessoas determinadas não acompanhamento tal proceder e para esta não me importa incomodar tanto quanto as outras.

E a Sedimentação por onde anda? Ela caminha lenta e vagarosa em cada produzir de falsos abraços e críticas velas ao próximo, o próximo lacanianos quando o eu é um freudiano, a um mulleriano quando sou lacaniano, a um gestaltista quando sou tccsista, ao RH se sou quando outra coisa da ordem terapêutica. Digo aqui a sedimentação como um acúmulo de vários pequenos pedaços do Psi em uma instituição que diz abraçar a todas como iguais, mas que numa prática experiênciass de vida nada mais faz do que sobre polas, e as comprimi-las a ponto de forma um terreno chamado psicologia.

A sedimentação qual tal a segmentação não é ruim por si só, mas danosa quando feita de uma forma qualquer, uma forma qualquer que atende somente a uma determinada lógica de uma sociedade do espetáculo e da fluidez.

O terreno sedimentoso é rico e nutritivo, é algo que carrega grande potência de vida e de prosperidade, quando utilizado de maneira correta, não comprimido por toneladas de preconceitos e valorações débeis. É neste terreno segmentado e sedimentoso que podemos plantar e colher uma florescente Psicologia, com raízes e ramos fortes, pois estes se nutrem das mais diversas esferas vivas. Psicologia esta que pode se apropriar de um ou outro tipo de solo, de um outro segmento natural ao homem, mas que nunca negligencia um segmento diverso a sedimento de seu interesse.

Voltando a figura acima, lá em cima, como alguns já perceberam tal imagem é relacionada a Alegoria da Caverna (o texto). Uso esta imagens para falar sobre os segmentos, e nela podemos perceber como: a caverna em si (o momento de um obscuro vislumbre de movimentos e formas num ambiente pouco nítido, mas que para aquelas pessoas é um local de vida produtiva), os homens com as produções de sombras e a fogueira (local de atos em prol de uma confecção de uma realidade diferente da realidade da externa ou mais interna, mas ainda sim um local onde algo é criado), o ascender ao exterior (instante transitório e ativo, de limites e de crise), o exterior (ponto novo, imprevisto e surpreendente, que nos tira da comodidade a qual estamos acostumados e por vezes nos causa certo sofrimento). Cada segmento possui sua força, sua intensidade e sua dimensão, valoriza-las em detrimento de outras e algo que me passa com determinado estranhamento, não seria mais interessantes fazer uma simples diferenciação.

Já a sedimentação pode ser compreendida no próprio vislumbre da terra nesta imagem: a terra mais interna é aquela mais compreendida, uma terra onde as produções podem ocorrer, só que com sua potencialidade reduzida; temos o terreno externo que é mais rico e próspero, contudo com mais riscos e que recebe mais diretamente as intervenções da natureza e do ambiente ao qual está exposto.

Não seriam os homens das sombras os mesmo homens fomentadores das cristalizações e endurecimentos teóricos, os que não mostram fogueira ao invés de Sol, sombra antes das próprias formas, não seriam estes os fornecedores de preconceitos e de distanciamentos a uma busca por algo que pode nos dar um nutrição intelectual completar, uma nova perspectiva onde pudéssemos beber?

Deixo por agora somente um hiato até o próximo texto e um longo descanso para os olhos alheios e meus.